Continuando com os nossos aprendizados sobre sucessão, vamos para o nosso segundo artigo começando com a dica de número 2!
#2. Realize uma sucessão cuidadosa.
Após fomentar as lideranças é hora de preparar a sucessão. Como diria o guru de gestão Jim Collins: “Primeiro quem! Depois o quê.” De nada adiantará um grande ano para sua empresa júnior em 2018 se você não tiver as pessoas certas nos lugares certos.
As empresas concentram as informações e o conhecimento da sua empresa júnior em processos, tecnologia e pessoas, sendo uma porcentagem maior ainda sendo concentrada nas pessoas. Mas você já parou pra pensar o quanto muda rápido as pessoas da sua EJ? Quantas pessoas ainda estão na organização desde que você entrou? (se você acabou de entrar, pergunte a alguém que já tem mais de 12 meses de EJ). Caso sua EJ não tenha excelentes processos de gestão do conhecimento, isto implica em perda de conhecimento. E perda de conhecimento resulta em uma possibilidade maior de tomar decisões erradas!
Veja este gráfico:
Imaginemos que este gráfico representa o conhecimento organizacional em uma empresa júnior, e é importante lembrar: conhecimento implica em boas decisões que tem ligação direta com os resultados e crescimentos da organização. Nos meses de janeiro a dezembro de 2017 a empresa teve excelentes resultados: cresceu em número de projetos e faturamento, adquiriu bastante conhecimento, os membros aprenderam bastante dia após dia. Foi um grande ano! E chegou a hora: o que o ano de 2018 nos reserva? Os líderes e alguns membros da empresa júnior saem da organização e o inevitável acontece: o nível do conhecimento cai de forma avassaladora. A pergunta que fica é: Como, o nível de conhecimento da empresa júnior poderia não ter diminuído tanto? Como fazer com que este processo de transição de gestão não seja tão drástico?
- A primeira resposta compõe a primeira dica, formando boas lideranças.
- A segunda resposta se caracteriza por bons processos de gestão de conhecimento. Como diz João Augusto Vidotti, membro da Harvard Angels Brasil quando escreveu um artigo para a Harvard Business Review: “Na prática, as organizações buscam por melhor eficiência em suas operações. Mas há uma trava impedindo que isso aconteça, devido à dificuldade da gestão do conhecimento. O sonho de todos os gestores seria ter uma forma simples de fazer com que seus funcionários conseguissem absorver, em segundos, todos os conhecimentos necessários para o bom desempenho de suas funções.” Para Vidotti, os macroprocessos de gestão do conhecimento, como google drive, documentação de projetos, treinamentos internos dentre outros (assunto para outro artigo!).
- A terceira resposta é o tema desta série de artigos: uma boa sucessão e cogestão.
OBSERVE RESULTADOS INCRÍVEIS E ENCORAJE O FUTURO
Sempre deixe muito claro para os seus membros que todos podem se tornar lideranças. Ser um líder não exige cargo nem condecoração. Ser líder, é influenciar pessoas para resultados independentemente da função que você ocupa. E para realizar uma boa transição das funções estratégicas onde o papel da liderança é ainda mais fundamental, é necessário deixar claro para todos: qualquer um pode! Encoraje o futuro de todos na organização para que todos sintam-se aptos para se candidatar a cargos diretivos! Ainda mais necessário, é a constante necessidade de estar atento aos resultados de cada pessoa da sua EJ. Quem está gerando mais resultado (melhor ainda se o sistema de gestão tem metas para todos! Fica mais fácil identificar!)? Quem mais contribui para as metas da EJ? E o principal: Quem mais tem alinhamento com a cultura da EJ, sendo espelho dos comportamentos valorizados na organização? Esteja atento a essas pessoas, e garanta a candidatura delas as posições estratégicas. Como? Muitas vezes uma conversa poderosa pode encorajar o futuro!
COMECE COM UM BOM FEEDBACK.
Para uma boa sucessão o primeiro passo é começar com um bom feedback. Uma cultura de feedback é essencial para que não haja harmonia artificial em um time, uma das principais fontes de falta de confiança. “Acima de tudo, o feedback é um gesto de generosidade e uma oportunidade de crescimento”. Rogério Chér, coaching e consultor em gestão de pessoas, fundador da primeira EJ do Brasil, a EJFGV. Dessa forma, é mais do que necessário gerar valiosos feedbacks para sua organização para todos saberem se estão no caminho certo de desenvolvimento pessoal e alinhados com os valores da sua EJ!
FAÇA DO PROCESSO O MAIS DESAFIADOR O POSSÍVEL, MAS DÊ AS FERRAMENTAS CERTAS.
O processo eleitoral da sua EJ não é apenas a escolha de quem irá liderar a próxima gestão. É a escolha dos líderes que garantirão o crescimento da sua empresa e não deixarão o trabalho da gestão atual ser em vão, perpetuando o aprendizado contínuo e a manutenção de resultados. Muitas vezes os processos eleitorais apenas exigem do candidato uma parte das competências necessárias para a função que ele vai exercer. Por exemplo, dentro de um processo de desenvolvimento temos o CHA, conhecimentos, habilidades e atitudes (entenda mais aqui). O tradicional plano/proposta de candidatura explora a fundo os conhecimentos do candidato e a bastante comum sabatina explora algumas habilidades e novamente o conhecimento do candidato. Muitas vezes, não explora as atitudes destes, que, segundo os maiores especialistas é o principal fator na hora de contratar alguém ou escolher o sucessor.
Sandra Betti, coach da Brasil Júnior e cofundadora da MBA Empresarial, ressalta: “Caráter, fazer o que é certo quando não tem ninguém olhando é essencial” (confira mais aqui.) Como avaliar as atitudes do candidato? Como deixar o processo mais desafiador e garantir o desenvolvimento deste membro no processo eleitoral?
O primeiro passo garantindo que o processo não seja apenas plano de candidatura e sabatina. Dinâmicas de grupo, desafios semana a semana, depoimentos de pessoas que trabalharam com os candidatos, análise dos resultados entregues na organização, análise das experiências e da história do candidato são essenciais comporem o processo eleitoral. Outro importante passo é preparar quem irá votar na sua empresa júnior. Preparar os membros para votar é essencial, conversando sobre a importância do momento, como avaliar as pessoas e fazer as perguntas certas! Além disso, é essencial dar as ferramentas certas: disponibilizar documentos, planilhas, apresentações essenciais para se ler no processo, afinal o principal objetivo das eleições é o candidato se preparar para a possível função a serem exercidas. Tenha sempre em mente: O que ele precisa aprender para fazer um papel melhor do que eu fiz?
GARANTA A ÉTICA E A TRANSPARÊNCIA DO PROCESSO.
Em todo esse processo de escolha da sucessão, é extremamente necessário que a verdade e a transparência prevaleçam acima de tudo. Por isso é fundamental as lideranças atuais não tomarem partido sobre preferências e que os votantes (membros da empresa) estejam com esses valores em mente para que não beneficiem nenhum dos candidatos. Afinal, ética é um dos valores do nosso movimento!
ESCOLHI OS SUCESSORES DA MINHA EMPRESA!
E agora?
É hora de prepará-los para a transição de gestão. Para isso é fundamental realizar a cogestão, processo fundamental de passagem de informações, conhecimentos, aprendizados adquiridos durante um ano de gestão. Vamos nessa? Aguarde o próximo artigo!