10 Habilidades do Futuro que os Empresários Juniores constroem durante o MEJ

Thuany Gibertini
Thuany Gibertini
Entenda como o MEJ ajuda universitários a se tornarem profissionais com as 10 habilidades descritas no relatório do World Economic Forum sobre o Futuro do Trabalho

Segundo um relatório da World Economic Forum (WEF), chamado “O Futuro dos Trabalhos”, existem 10 habilidades que são essenciais para o profissional do futuro.

Para chegar nessa lista, foram ouvidos especialistas em recursos humanos e gestão estratégica das maiores empresas do mundo.

Esses “profissionais do futuro” devem estar aptos a aprender rapidamente diante dos grandes avanços tecnológicos diários.

Precisam também de criatividade para lidar com um mercado cada vez mais competitivo e ainda vão lidar com problemas complexos que serão resolvidos por eles ou não serão resolvidos.

Os jovens que se preparam para entrar no mercado de trabalho hoje estão sendo formados com o mesmo sistema de ensino que formou os profissionais no século XIX.

Ou seja, essa galera vai ter que se reinventar fora de sala de aula para adquirir as habilidades que o mercado demanda.

“O jovem tem muita ferramenta mas precisa desenvolver as conexões entre elas”

Fernanda Cristina Burin é gerente de recrutamento e seleção no Bradesco, segundo a especialista o jovem de hoje tem acesso ao conhecimento com facilidade, mas precisa conectar essas ferramentas, conhecimento e experiências para se desenvolver.

Já a Ana Eliza Vairo, consultora de Desenvolvimento de Soluções na Ultragaz, teve a oportunidade de trabalhar de perto com jovens do movimento no Desafio Ultragaz de inovação aberta organizado junto com a Brasil Júnior.

Segundo Ana Eliza:

“Todos estudantes do movimento tem a oportunidade desenvolver e treinar diversas habilidades durante o desenvolvimento dos projetos das empresas juniores.”

O Movimento Empresa Júnior já foi chamado de celeiro de negócios mas nós acreditamos que ele também é um celeiro de talentos.

Afinal, de onde saem pessoas com competência para empreender, também saem pessoas com grande potencial para alavancar os resultados de organizações.

O empresário júnior é o profissional do futuro!

E para provar isso, vamos mostrar nessa lista como o empresário júnior está imerso em um ambiente fértil para o desenvolvimento das habilidades do profissional do futuro elencadas pela WEF.

Continua lendo.

1. Resolução de problemas complexos

No dia-a-dia da empresa júnior o universitário se depara com execução de projetos e gestão de pessoas, recursos e do negócio como um todo.

Assim, precisa lidar com problemas em projetos em andamento, engajamento dos membros, cadência do funil de vendas e entre outros problemas de empresas reais já na universidade.

Além disso, a cada ano as empresas juniores são encorajadas a se desafiarem mais, aumentando metas de projetos e faturamento.

Instruídas a buscar projetos em conjunto com empresas juniores de áreas diferentes e a entregar soluções que possam atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Esse conjunto, estímulos externos e a rotina interna da EJ, geram novos problemas a cada gestão.

Colocando novos líderes para buscar novas soluções que resguardem a perenidade das suas empresas juniores.

Além dos empresários juniores que estão nas empresas juniores, temos a galera que trabalha nas chamadas instâncias, núcleos, federações e na própria Brasil Júnior. São jovens que cuidam dos estímulos que vão ser passados para uma rede de empresários juniores, em diferentes escalas, com a responsabilidade de potencializar o impacto do MEJ.

A Larissa de Albuquerque Alcântara tem 22 anos e é estudante de administração na UFPE. Ela fez parte da empresa júnior A.C.E Consultoria por três anos.

No ano passado ela foi diretora institucional da A.C.E, um cargo que tinha acabado de ser reformulado.

E, ainda no primeiro semestre, ela enfrentou o desafio de ocupar três cargos ao mesmo tempo:

“A diretoria de projetos, o meu cargo que era novo e o cargo de gerência. Para fazer tudo isso ao mesmo tempo. E a gente chegou ao final batendo todas as metas, ainda a meta do final do semestre era 200 mil reais, a gente conseguiu 250 mil.”

Segundo Larissa, o sucesso se deu graças a habilidade que de resolução de problemas complexos, com a qual o MEJ contribui muito para desenvilvimento.

A gente apanha muito, a gente leva muito não nas negociações, a gente vê que clientes deixam de acreditar ou olham para a gente diferente por a gente ser jovem, sabe que não dá credibilidade. Então, eu vejo como esse tipo de situação faz com que a gente seja resiliente.”

2. Pensamento Crítico

Nos eventos realizados por diferentes instâncias, o empresário júnior é colocado em frente a dados relevantes sobre a situação política, econômica e social da região onde a sua empresa júnior e estado onde a sua empresa júnior está situada, e também do seu país, o Brasil.

Esse jovem é instigado a ser inconformado, não se contentar com respostas simples e sempre buscar questionar o que poderia ser feito para melhorar a sua empresa júnior, o MEJ e até o Brasil agora.

Com a pandemia uma solução para a Brasil Júnior foi realizar o ENEJ (Encontro Nacional de Empresas Juniores) de maneira remota, o ENEJ Em Casa foi encontro online realizado pela Brasil Júnior.

Gabi é a coordenadora de comunicação do Time ENEJ deste ano e conta:

"No ENEJ em casa, todos os conteúdos voltavam para o que estava acontecendo no momento, então gente está dentro de casa, estamos em quarentena, um período de muita ansiedade, muitas incertezas e que todo mundo precisa e quer essas respostas, não sabe o que fazer e se sentem paralisados frente ao que está acontecendo.”

O evento foi construído a partir de três pilares:

  • olhara para si, se referindo a autocuidado;
  • olhar para o outro, entendendo como trabalhar em time agora;
  • e o último foi responsabilidade em rede, buscando entender a responsabilidade que o Movimento Empresa Júnior tem com o Brasil.

“Estimula as pessoas a pararem de fazer e começarem a se perguntar o que estão fazendo, quais os papéis e o por quê?”, segundo Gabi esse é o poder dos eventos do MEJ para instigar o senso crítico nos empresários juniores.

E ele não fica só na teoria e discussões, são traçados planos de ação para que suas ideias saiam do papel. Além disso, o empresário júnior exercita seu raciocínio lógico na execução de projetos e na tomada de decisões.

3. Criatividade

Para ser empresário júnior é necessário estar sempre antenado com as novas tendências de mercado para manter sua carta de serviços bem estruturada de acordo com os interesses do seu cliente.

É essencial saber o que já foi feito, quais são as novidades e o que você, enquanto membro da sua empresa júnior ou instância, pode fazer de inovador.

Seja nos treinamentos dos novos membros, nos cursos e capacitações, seja nos eventos regionais ou nacionais, esses jovens têm contato com conhecimentos e ferramentas para estimular a criatividade em suas rotinas.

Além das capacitações, essa galera coloca em prática a criatividade para vender projetos diante da desconfiança por ainda serem estudantes, estruturar e executar projetos em conjunto com EJs de outras áreas de atuação e manter o crescimento exponencial de suas organizações.

A Consultora de Desenvolvimento de Soluções da Ultragaz, Ana Eliza, comenta:

“A complexidade e variedade dos desafios que estão por trás de cada projeto faz com que a criatividade de cada estudante seja aplicada de forma a trazer soluções inovadoras e impactantes para os clientes”

4. Gestão de pessoas

A visão do Movimento Empresa Júnior brasileiro é “Mais fortes e conectados, em todo Brasil, formando líderes que fazem mais projetos de alto impacto”.

Logo de cara mostra que um dos compromissos do MEJ é formar não apenas executores de projetos ou gestores, mas sim líderes.

João Pedro Forte Rodrigues tem 21 anos, é estudante de engenharia de Produção na Unifor e é o atual vice-presidente da FEJECE (Federação de Empresas Juniores do Ceará) e fala:

“Como líder de federação e vice-presidente desenvolver essa habilidade é algo que quase obrigatório.”

Como vice-presidente, João Pedro, precisa lidar com a gestão de pessoas.

Além de participar ativamente da formação de time, é responsabilidade da sua área olhar para o desenvolvimento dos membros e cuidar das interações de times e áreas maneira geral.

Trabalho em grupo não é uma opção em suas rotinas, mas uma obrigação. Esses jovens que ainda estão na universidade encaram o desafio de liderar projetos e equipes.

Não somente exercendo lideranças por cargos, mas também sendo líderes situacionais.

O vice-presidente da gestão de 2020 da FEJECE afirma que independente da área de atuação do empresário júnior, todo mundo acaba tendo um pouco de contato com gestão de pessoas do MEJ de mesmo que de maneiras diferentes.

“A gente tem realmente que aprender a resolver conflitos, a partir da gestão de pessoas para que a gente consiga construir uma coisa só e caminhar no mesmo rumo.”

5. Coordenação

Essa habilidade vai muito de encontro com a gestão de pessoas, mas envolve a gestão e coordenação de recursos, cronogramas projetos e tudo mais que necessite de uma organização.

O empresário júnior encara a necessidade de coordenar suas próprias ações, pessoas de sua equipe ou da sua empresa júnior inteira - no caso dos diretores -, divisão de tarefas e os recursos da sua organização ao longo de sua gestão.

Inclusive, em um ano de gestão não dá para fazer tudo o que se imagina e almeja.

Por isso, a priorização de planos de ação faz parte da rotina de uma empresa júnior, exigindo forte coordenação de pessoas e atividades.

6. Inteligência Emocional

No MEJ os jovens são constantemente instigados, através de dinâmicas e exercícios, a buscar o autoconhecimento.

Seja em imersões de time, seja em eventos, o empresário júnior vive momentos voltados para entender quais são suas forças e fraquezas, por exemplo.

Um dos momentos mais tensos no Movimento Empresa Júnior são as eleições para cargos de diretoria e liderança.

Sejam nas empresas juniores ou nas instâncias, a inteligência emocional precisa se fazer muito presente neste processo.

Um dos agentes que mais se envolve nesse cenário é de presidente do conselho, em seu escopo é necessária muita inteligência emocional para lidar com representantes de todas as empresas juniores de seu estado na votação da diretoria da federação.

E é ele também quem tem direito ao voto que elegem os diretores da Brasil Júnior.

No caso da FEJEPE, Federação de Empresas juniores de Pernambuco, a Marina Moura é quem ocupa esse cargo hoje.

Segundo ela:

“Nas eleições da federação é o conselho quem vota e eles têm que ter muita inteligência emocional para deixar de lado as opiniões pessoais e pensar no que o candidato pode querer trazer para a federação.”

Outras situações dentro das instâncias e empresas juniores em que os universitários exercitam a inteligência emocional são:

  • processos seletivos para os novos membros;
  • desligamentos;
  • negociações;
  • investimentos;
  • e resolução de conflitos internos.

7. Capacidade de julgamento e tomada de decisão

Assim como citado no item acima desta lista, os empresários juniores vivem momentos tensos como no mercado de trabalho tradicional.

Tendo que tomar decisões difíceis como a de desligar um membro que pode ser seu amigo ou colega de classe. Ou ainda decidir entre dois candidatos muito bons para ser o seu trainee.

Mas além desse tipo de situação, os juninhos também vivem momentos de decisões que precisam ser tomadas rapidamente, como aceitar ou não uma contraproposta de um cliente.

No caso de instâncias, as decisões podem ter de ser tomadas em grande escala, como decidir quais os conteúdos serão ministrados em um evento.

8. Orientação para servir

Ser orientado para servir pode ser descrito como ser ter uma preocupação com o seu cliente, com o impacto que o seu produto ou serviço pode causar na vida dele.

No MEJ a preocupação com o impacto positivo é muito grande, acredita-se que cada projeto de cada EJ é uma microrrevolução que ajuda a transformar o Brasil, então qualidade importa.

Essa habilidade também pode estar relacionada a ter noção do coletivo, ser capaz de identificar a necessidade do outro e entender como suprir a mesma.

A cultura do MEJ é muito forte, um de seus objetivos é tornar o Brasil um país mais colaborativo.

Sendo assim, os empresários juniores levam muito a sério colaborar para que não só suas empresas juniores cresçam, mas sim fazer com que todo MEJ brasileiro possa acompanhar esse crescimento.

Exaltando, assim, um dos valores do movimento: orgulho de ser MEJ.

Oliver Haider é Team Leader of Employer Branding na XP investimentos, empresa parceria do movimento empresa júnior.

Segundo ele, pelas experiências que teve com empresários juniores e com a própria Brasil Júnior, o MEJ é um dos caminhos para capacitar o universitário para a cultura de orientação de servir.

“O empresário júnior já chega com uma bagagem a mais com isso, já tem a preocupação com o cliente, já tem uma preocupação com o atendimento, já tem uma preocupação com a experiência do cliente que eles estão tendendo ali.”

Sobre a relação do empresário júnior com a noção do coletivo, Oliver acrescenta:

“Ele já tem muito mais um senso de dono apurado, um senso de trabalho em equipe, um senso de dividir entendendo o que cada um faz melhor e o que aquilo pode agregar para o negócio”.

No geral o Team Leader da XP Investimentos enxerga o MEJ como uma oportunidade de viver experiências do mercado de trabalho ainda na faculdade.

“Eu acredito que isso tudo seja uma aceleração para os estudantes entrarem no mercado de trabalho.”

9. Negociação

Essa habilidade está super presente no dia-a-dia das empresas juniores, principalmente na área comercial.

Afinal, não é fácil estabelecer preços e mostrar como o serviço de estudantes merece investimento, inclusive em algumas áreas que já são desvalorizadas no mercado tradicional, e de fato conseguir fazer com que pessoas paguem por esse serviço.

Mas, além desse tipo de negociação que tradicionalmente pensamos, também existe a negociação de trabalhar em grupo, abrir mão de suas ideias individuais pelas que podem ser melhores para o coletivo ou que tem maior apoio do seu grupo.

Essa segunda face da negociação também faz parte da rotina do empresário júnior.

10. Flexibilidade cognitiva

Ser empresário júnior por si só já é sair da zona de conforto, entrar em um projeto que se propõe ser uma janela para o mercado de trabalho.

Vendendo e executando projetos sem ter terminado a graduação, muitas vezes sem ter tido aula de uma determinada matéria e precisar estudar sobre ela para entregar um projeto não é a escolha de todos os universitários.

Os que escolhem esse caminho enfrentam, como já vimos, problemas complexos, situações que demandam criatividade e rapidez no processo de tomada de decisões importantes que causam impacto coletivo.

Concluindo

É esse conjunto da obra que mostra como esses jovens que fazem parte do MEJ treinam a flexibilidade cognitiva.

Por muitas das vezes com recursos reduzidos, as empresas juniores são obrigadas a pensar fora da caixa para desenvolver seus membros para vender e executar mais projetos.

Além disso, muitas vezes o membro de uma EJ precisa aprender habilidades que nem são do seu curso para fazer dar certo, como aprender sobre relacionamento institucional quando se é presidente de uma empresa júnior de engenharia elétrica.

Quer saber mais sobre quem são esses empresários juniores? Ou melhor: quer conhecer mais sobre os profissionais do futuro? Navegue por este site ou entre em contato com a Brasil Júnior!

Thuany GibertiniThuany Gibertini, 23 anos, pós-júnior da FEJESP. Formada em jornalismo pela UNESP de Bauru e apaixonada pela comunicação e por comunicar. Concorda com Dumbleodore ao acreditar que as palavras são a nossa inesgotável fonte de magia.
Thuany Gibertini
Thuany GibertiniThuany Gibertini, 23 anos, pós-júnior da FEJESP. Formada em jornalismo pela UNESP de Bauru e apaixonada pela comunicação e por comunicar. Concorda com Dumbleodore ao acreditar que as palavras são a nossa inesgotável fonte de magia.