Como o empreendedorismo acontece dentro das universidades

Thuany Gibertini
Thuany Gibertini
Descubra os 5 passos para o aumento da educação financeira nas universidades e como as instituições estão lidando com isso.

Tempos de incerteza exigem novas mentalidades e posturas, principalmente quando é preciso vencer barreiras econômicas e do mercado de trabalho.

Diante desse cenário, a geração de novas ideias e negócios é um bom caminho para os profissionais dispostos a inovar e a produzir valor para a sociedade.

Apesar de ser uma das principais portas de entrada e pontos de contato para muito jovens, o empreendedorismo dentro das instituições de ensino superior ainda é o desafio.

As universidades estão prontas para orientar e incentivar a postura empreendedora tanto dos docentes quanto dos discentes?

O que falta?

Segundo dados do SEBRAE, as instituições não estão atendendo às necessidades dos alunos: enquanto cerca de 65% dos professores estão satisfeitos com iniciativas de empreendedorismo dentro das universidades, a média de satisfação entre alunos é de 36%.

Entre os principais problemas e dificuldades estão:

● As universidades não têm uma estrutura que apoie a jornada completa do empreendedor;

● A universidade está desconectada do mercado;

● A atuação da universidade não estimula a inovação e o sonho grande nos alunos.

Um bom exemplo internacional é o da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, que criou um guia estratégico em 2016, colocando o empreendedorismo como um dos temas da agenda da instituição.

Para isso, a IES comprometeu-se em aumentar sua rede de parcerias e fortalecer conexões que apoiem de maneira concreta a atividade empreendedora dos alunos.

Outra iniciativa interessante é a da Universidade de Houston, também nos EUA, que criou programas de mentoria personalizados.

Se o aluno tem bom conhecimento na área de finanças, ele é chamado para a mentoria em marketing digital a fim de ampliar e diversificar sua visão como gestor.

Dessa forma, os universitários se tornam profissionais mais completos, mesmo que não queiram abrir um negócio.

Sabemos que há uma relação direta entre cursar uma disciplina de empreendedorismo e o seu perfil empreendedor.

Quanto maior o envolvimento com a temática empreendedora, maior a proporção de alunos que realizaram disciplinas do tipo.

Cerca de 46% de alunos empreendedores já cursaram, número superior ao de potenciais empreendedores (38,8%), por sua vez superior ao de alunos que não pensam em ter um negócio (24%).

Entre os alunos, observou-se:

● O grupo que cursou disciplinas de empreendedorismo é o mesmo que pretende empreender nos próximos três anos;

● Cursar disciplinas de empreendedorismo diminui as dúvidas e os desafios entre alunos empreendedores;

● O aluno valoriza iniciativas empreendedoras em sua universidade.

5 passos para aumentar a educação empreendedora

Durante o painel "Estratégias das instituições de ensino para capacitar os empreendedores", realizado no evento Rodada de Educação Empreendedora 2017, evento organizado pela Endeavor e pelo Sebrae, destacaram-se cinco iniciativas:

1. Estabelecimento de incubadoras

Os alunos consideram essencial a presença de incubadoras no processo da jornada empreendedora. Porém, menos de 40% das universidades brasileiras oferecem oportunidades dessa natureza.

2. Relação com ex-alunos empreendedores

Convidar ex-alunos que se tornaram empreendedores para palestras é uma opção para aproximar o atual aluno da realidade do empreendedorismo.

3. Competições de negócios

Algumas universidades, como a Unicamp, possuem diversas patentes provenientes de pesquisa. Uma competição de modelos de negócios é uma opção para tentar aproveitar os frutos dessas pesquisas, transformá-lo em um negócio e engajar os alunos.

4. Desenvolvimento de parcerias

As universidades se encontram desconectadas do mercado. Exige-se uma aproximação entre empresas e empresários com o cenário acadêmico como forma de estimular a cultura empreendedora entre os alunos.

5. Empresas Juniores

Atualmente, o Movimento Empresa Júnior está em todos os estados brasileiros e conta com mais de 1200 empresas juniores confederadas à Brasil Júnior em mais de 226 instituições de ensino superior (IES), públicas e privadas.

Universidades Empreendedoras

Desde 2016, a Brasil Júnior realiza o Ranking de Universidades Empreendedoras (RUE), um estudo feito para avaliar e classificar o empreendedorismo nas universidades brasileiras.

O levantamento é realizado a partir da percepção de 15 mil estudantes de 123 universidades das 27 unidades federativas.

A pesquisa enumera as universidades mais empreendedoras do País a partir de critérios de avaliação como:

  • cultura empreendedora;
  • inovação;
  • extensão;
  • infraestrutura;
  • internacionalização;
  • capital financeiro.

O levantamento se propõe a compreender quais práticas incentivam a inovação nas instituições de ensino superior.

Essa é a terceira edição do ranking e os números alcançados simbolizam um crescimento exponencial.

A primeira avaliou 42 universidades por meio da percepção de 6 mil alunos. A segunda, em 2017, contou com a avaliação de 10 mil alunos de 55 universidades.

Da primeira para a terceira edição, teve-se um crescimento de 292,8% quanto ao número de universidades participantes, e quanto ao número de alunos participantes, um crescimento de 250%.

Confira o ranking de 2019 abaixo:

● Universidade de São Paulo (USP) – 7,36

● Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) – 6,71

● Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – 5,83

● Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – 5,47

● Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) – 5,41

● Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – 5,19

● Universidade Estadual Paulista (Unesp) – 5,14

● Universidade de Brasília (UnB) – 5,05

● Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) – 4,98 / Universidade Federal de Viçosa – 4,98

Uma boa relação entre academia e mercado é fundamental para a inovação e o desenvolvimento do país.

Quanto mais o Brasil tiver empreendedores comprometidos e capazes de garantir sucesso no seu trabalho (seja ele próprio ou não), mais todos vão ganhar em termos de competitividade, colaboração, ética e educação.

O empreendedorismo, além de ser uma das melhores formas de elevar a qualidade do ensino universitário brasileiro, gera também riquezas para o país.

Então, é fundamental que as universidades busquem a implementação de iniciativas que possam aproximá-las dessa realidade.

Veja o estudo completo do RUE 2019 clicando aqui

1. Hipótese: Empreendedorismo é assunto apenas para cursos de gestão e deve ser assunto de TCC para criação de empresas.

2. Perguntas norteadoras (até 3): comoo empreendedorismo deve ser colocado como opção para qualquer curso? Por que fazer isso? Benefícios para os alunos e universidade.

3. Output final: Perceber que empreendedorismo é uma postura e deve ser desenvolvido em todos os universitários

Thuany GibertiniThuany Gibertini, 23 anos, pós-júnior da FEJESP. Formada em jornalismo pela UNESP de Bauru e apaixonada pela comunicação e por comunicar. Concorda com Dumbleodore ao acreditar que as palavras são a nossa inesgotável fonte de magia.
Thuany Gibertini
Thuany GibertiniThuany Gibertini, 23 anos, pós-júnior da FEJESP. Formada em jornalismo pela UNESP de Bauru e apaixonada pela comunicação e por comunicar. Concorda com Dumbleodore ao acreditar que as palavras são a nossa inesgotável fonte de magia.